terça-feira, 10 de julho de 2012

tarde

O ar me traz ruídos de tarde
Ruídos de tarde são o que são
Vejo a tarde pelos seus ruídos
O cachorro latindo, vejo
Os carros passando, vejo
O silencio trazido pelo vento
       [me mostra que vem o crepúsculo
Me mecho e sinto coisas que quem se
       [meche sente
Pego em meu peito e vejo que estou
       [morno
Estar morno é ser morno agora
É não estar nem quente nem frio
Estar ponderado e temperante
É não arriscar sem um porto seguro
Ter trilhões de idéias e fantasia-las realizadas
       [e não mover uma pá pra vê-las prontas
É estar covarde...
...Mas a tarde existe indiferente
Ela é bela
É provida de vento e de coisas que
       [realizam por ela
Ela tem o calor do sol, as folhas
Tem os cães a latir, as nuvens
Tudo isso faz a tarde
Tudo isso é a tarde
E já é tarde!

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